domingo, 6 de janeiro de 2013

.CRÍTICAS FALACIOSAS


CRÍTICAS FALACIOSAS

      Critica é algo complexo. A frase expressiva ficou famosa: Não me deem críticas, mas soluções. Quem critica deve ter argumentos sólidos. Só as crianças e os tolos é que usam os truísmos.
      A novela Salve Jorge, do horário nobre da Globo, desde o início recebeu críticas severas de blogueiros e telespectadores.
 Todos têm o direito de gostar ou não de uma novela, da música, dos atores. Percebe-se, no entanto, a síndrome do Complexo Mula de Presépio: alguém começa e todo mundo segue, sem usar muito o raciocínio ou a  lucidez.
         Alertou-se que Glória Perez estava repetindo temas, papéis de atores e atrizes; é uma enxurrada de tolices. Que novelista não se repete, inspira-se em outras obras, em filmes, romances famosos? O novelista não e um demiurgo que cria do nada. É como o argumento ingênuo quando se diz que a novela deve ser mero entretenimento, ou que é muito forte e pode dar maus exemplos, influenciar o publico. Ignoram talvez que as novelas televisivas inspiram-se nos fatos, na realidade, recriando-a. Assustadores são os jornais televisivos, que noticiam acontecimentos reais, em um mundo repetitivo, cuja violência é globalizada. Há até os incautos que querem denunciar a novela às autoridades competentes. Por Deus, quanta ingenuidade!
         Glória Perez é uma mulher notável, valente, brilhante e todas suas novelas denunciam problemas sociais graves, são verdadeiros depoimentos muito realistas.  Que autor já abordou o tráfico de mulheres, para a prostituição? Todavia o crime hediondo existe. Basta ler jornais.
         Hoje, a Rede Social é mania do momento. É através dela, da Internet que todo mundo quer aparecer e dar seu palpite. Isto e válido, mas ao invés de seguir a onda de mesmice, é preciso raciocinar um pouco, assistir às novelas com mais senso crítico, analisar, com cuidado, o enredo, as tramas, os cenários, o trabalho dos atores, a direção, os textos.
         Ora, ao invés de ter este cuidado, fazem comentários tolos, maldosos e pueris. Como negar a riqueza do enredo de Salve Jorge, com os vários núcleos narrativos, os belos locais como cenário, a escolha justa e inteligente dos atores?  Senão vejamos: Théo é íntegro, inteligente, religioso, sensível.  Por isso denigrem a personagem. Que tipo de herói o público prefere? Que seja o contrário, a antítese de Théo? Isto sim é preocupante. Até a música de Roberto Carlos, “Esse cara sou eu”, tema de Théo e Morena, é muito criticada. Afinal, é uma melodia simples, romântica, bem ao gosto do povo, que aplaude o Rei há mais de meio século.  No final de dezembro, ela foi considerada um megassucesso.
         Evidentemente, a novela não é perfeita. Há um número exagerado de personagens, alguns núcleos são meio cansativos e incomoda ver no elenco artistas famosos em pequenos papéis. É o caso de Walderez de Barros, André Gonçalves, Natália do Vale, Stênio Garcia, Nívea Maria,  entre outros. Os vilões de Salve Jorge são marcantes: Cláudia Raia, com muito glamour, é o cérebro da quadrilha; a magnífica Totia Meireles, impecável no papel da nefasta      Wanda e Adriano Garib (Russo), criatura sinistra na tese os brutos também amam, no caso, seu carinho paternal pelo gato Yuri.
         Enfim, é uma grande novela, todavia Glória Perez precisa ter cuidado. Ela tem exagerado muito na dose de desgraças e parece querer colocar na telinha todos os problemas sociais do Rio, do Brasil e do mundo globalizado. No capítulo de 25/12, os telespectadores ganharam um presente de Natal às avessas.
Querida Glória, a denúncia é um dos remédios. Mas, em dose exagerada, o  antídoto  pode virar veneno e matar.

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