CRÍTICAS FALACIOSAS
Critica é
algo complexo. A frase expressiva ficou famosa: Não me deem críticas, mas
soluções. Quem critica deve ter argumentos sólidos. Só as crianças e os tolos é
que usam os truísmos.
A novela
Salve Jorge, do horário nobre da Globo, desde o início recebeu críticas severas
de blogueiros e telespectadores.
Todos têm o
direito de gostar ou não de uma novela, da música, dos atores. Percebe-se, no
entanto, a síndrome do Complexo Mula de Presépio: alguém começa e todo mundo
segue, sem usar muito o raciocínio ou a lucidez.
Alertou-se que Glória Perez estava
repetindo temas, papéis de atores e atrizes; é uma enxurrada de tolices. Que
novelista não se repete, inspira-se em outras obras, em filmes, romances
famosos? O novelista não e um demiurgo que cria do nada. É como o argumento
ingênuo quando se diz que a novela deve ser mero entretenimento, ou que é muito
forte e pode dar maus exemplos, influenciar o publico. Ignoram talvez que as
novelas televisivas inspiram-se nos fatos, na realidade, recriando-a.
Assustadores são os jornais televisivos, que noticiam acontecimentos reais, em
um mundo repetitivo, cuja violência é globalizada. Há até os incautos que
querem denunciar a novela às autoridades competentes. Por Deus, quanta
ingenuidade!
Glória
Perez é uma mulher notável, valente, brilhante e todas suas novelas denunciam
problemas sociais graves, são verdadeiros depoimentos muito realistas. Que autor já abordou o tráfico de mulheres,
para a prostituição? Todavia o crime hediondo existe. Basta ler jornais.
Hoje, a
Rede Social é mania do momento. É através dela, da Internet que todo mundo quer
aparecer e dar seu palpite. Isto e válido, mas ao invés de seguir a onda de
mesmice, é preciso raciocinar um pouco, assistir às novelas com mais senso
crítico, analisar, com cuidado, o enredo, as tramas, os cenários, o trabalho
dos atores, a direção, os textos.
Ora, ao
invés de ter este cuidado, fazem comentários tolos, maldosos e pueris. Como
negar a riqueza do enredo de Salve Jorge, com os vários núcleos narrativos, os
belos locais como cenário, a escolha justa e inteligente dos atores? Senão vejamos: Théo é íntegro, inteligente,
religioso, sensível. Por isso denigrem a
personagem. Que tipo de herói o público prefere? Que seja o contrário, a
antítese de Théo? Isto sim é preocupante. Até a música de Roberto Carlos, “Esse
cara sou eu”, tema de Théo e Morena, é muito criticada. Afinal, é uma melodia
simples, romântica, bem ao gosto do povo, que aplaude o Rei há mais de meio século.
No final de dezembro, ela foi
considerada um megassucesso.
Evidentemente,
a novela não é perfeita. Há um número exagerado de personagens, alguns núcleos
são meio cansativos e incomoda ver no elenco artistas famosos em pequenos
papéis. É o caso de Walderez de Barros, André Gonçalves, Natália do Vale,
Stênio Garcia, Nívea Maria, entre
outros. Os vilões de Salve Jorge são marcantes: Cláudia Raia, com muito
glamour, é o cérebro da quadrilha; a magnífica Totia Meireles, impecável no
papel da nefasta Wanda e Adriano
Garib (Russo), criatura sinistra na tese os brutos também amam, no caso, seu
carinho paternal pelo gato Yuri.
Enfim, é
uma grande novela, todavia Glória Perez precisa ter cuidado. Ela tem exagerado
muito na dose de desgraças e parece querer colocar na telinha todos os
problemas sociais do Rio, do Brasil e do mundo globalizado. No capítulo de
25/12, os telespectadores ganharam um presente de Natal às avessas.
Querida Glória, a denúncia é um dos remédios. Mas, em
dose exagerada, o antídoto pode virar veneno e matar.
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