domingo, 27 de janeiro de 2013

POESIA DE TELHADO


POESIA DE TELHADO

Os Poetas surgem como uma necessidade lírica de Deus. Eles podem até pensar que optaram, resolveram colocar a alma no papel e escolheram o gênero poético, escrevendo poemas. Na realidade, foi o Criador que fez deles uma válvula de escape, necessidade divina de extravasar SUA grande sensibilidade.
Em dezembro o poeta João Augusto lançou o livro Poesia de telhado, Escrituras Editora e Distribuidoras de Livros Ltda, com a sugestiva capa de Lígia Daghes. Na contracapa, depoimento do famoso romancista Menalton Braff, Prêmio Jabuti 2000: “João augusto não escreve a poesia_ ela brota em sua pele, perturbadora, mas com o frescor do orvalho que nasce da relva. (...) Ler Poesia de telhado é uma obrigação para quem tenha alguma sensibilidade, pois, fiquem certos, estamos diante de um dos nomes da nova geração da poesia brasileira”.
 O Prólogo é da brilhante Raquel Naveira, escritora, poeta, professora, Mestre em Comunicação e Letras, membro da Academia Sul Mato-Grossense de Letras. Ela realça as belas e surpreendentes figuras criadas por João Augusto, enfatiza que os poemas de Poesia de telhado transbordam de amor. (...) A abundância da palavra “amor” no  livro é outro ato de coragem, de vigor. Não se trata de um livro de “poesias de amor”, de formas usuais, românticas e comuns, mas de força  amadurecida que dá ao amor a condição universal de sentimento e não de sentimentalismo”.  Cita também a sensualidade viril que transparece em todo o livro.
Nas orelhas do livro Poesia de telhado, eu menciono as outras duas obras de João Augusto, nas quais ele já se revelara um excelente poeta.  Este de 2012 confirmou, ratificou, surpreendeu mais ainda. São belíssimos poemas, sintéticos, de um lirismo forte e uma criatividade inusitada. As características são marcantes: poemas curtos, temas pretensamente simples, do cotidiano, que se alteiam para o universalismo, enriquecidos por uma cosmovisão rara, em uma roupagem nova.
Afirmo ainda que no livro se encontram verdadeiras obras-primas, em uma linguagem conotativa plena de metáforas surpreendentes, que às vezes se encadeiam, formando a alegoria de um quadro surrealista, como no poema “Arraias”, ou usando o mesmo procedimento literário, no poema “Sobre vacas e fadas”, dedicado a Ferreira Gullar.
Ora, as famosas e variadas epígrafes no início do livro, assim como as alusões em muitos poemas, enaltecem a cultura do autor: cite-se a admiração por Almodóvar, pelos filmes clássicos e modernos, jogos semânticos com títulos de novelas televisivas. Há uma grande beleza e riqueza linguística no magnífico poema erótico-religioso “Extrema junção”.
Exemplo de síntese e linguagem conotativa de extrema beleza é o poema de um só verso: “Não sou o poeta que nasceu do sol. Sou o que caiu da tempestade”. É uma verdadeira joia literária.
Termino este breve comentário com a mesma chamada  feita no final da segunda orelha: Se gostas do novo, leitor, das metáforas inesperadas e das confissões insólitas, aceita o convite do Poeta: “Minha poesia é um anticatálogo / De belezas e escândalos / Entre a porta que tu pensavas aqui existir / E o portão que só pintei / Para que aprendêssemos / A pular”.




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